10 de agosto de 2012

UNESP (2012)

Entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970, a economia brasileira obteve altos índices de crescimento. O fenômeno se tornou conhecido como milagre econômico e derivou da aplicação de uma política que provocou, entre outros efeitos,

(A) êxodo rural e incremento no setor ferroviário.

(B) crescimento imediato dos níveis salariais e das taxas de inflação.

(C) aumento do endividamento externo e da concentração de renda.

(D) estatização do aparato industrial e do setor energético.

(E) crise energética e novos investimentos em pesquisas tecnológicas.

UNESP (2012)


A história dos vinte anos após 1973 é a de um mundo que perdeu suas referências e resvalou para a instabilidade e a crise. Só no início da década de 1990 encontramos o reconhecimento de que os problemas econômicos eram de fato piores que os da década de 1930. Em muitos aspectos, isso era intrigante. Por que deveria a economia mundial ter-se tornado menos estável?(Eric Hobsbawm. Era dos extremos, 1995. Adaptado.)


A instabilidade econômica mundial nos anos 1970-1990, citada no texto, derivou, entre outros fatores,
(A) da queda da produção industrial nos países capitalistas ricos do Ocidente, que determinou o fim da hegemonia financeira e do controle do mercado internacional pelos Estados Unidos e pela Alemanha.

(B) do fim dos impérios coloniais britânico e francês, da intensificação da corrida armamentista e da expansão dos conflitos étnicos e religiosos no Oriente Médio e no sul asiático.

(C) da onda de protestos sociais e reivindicações trabalhistas do início da década de 1980 no Leste Europeu, da ação militar norte-americana no Vietnã e da ininterrupta ascensão da economia japonesa.

(D) do crescimento econômico da China e dos chamados Tigres Asiáticos, que rompeu o equilíbrio econômico internacional e determinou o acelerado declínio da hegemonia norte-americana.

(E) da crise do petróleo no princípio da década de 1970, do aumento da desigualdade social nos países capitalistas ricos e da gradativa desintegração da economia da União Soviética.

UNESP (2012)

A história dos vinte anos após 1973 é a de um mundo que perdeu suas referências e resvalou para a instabilidade e a crise. Só no início da década de 1990 encontramos o reconhecimento de que os problemas econômicos eram de fato piores que os da década de 1930. Em muitos aspectos, isso era intrigante. Por que deveria a economia mundial ter-se tornado menos estável?(Eric Hobsbawm. Era dos extremos, 1995. Adaptado.)

Os problemas econômicos da década de 1930, citados no texto, derivaram, entre outros fatores,

(A) dos fortes movimentos sociais e mobilizações revolucionárias na América Latina, em especial no México, que impediram a exportação de produtos industrializados norte-americanos para a região.

(B) do conjunto de reformas financeiras e sociais realizadas na União Soviética após a Revolução de 1917, que fechou os mercados do bloco socialista aos países capitalistas do Ocidente.

(C) da ascensão do nazismo alemão e dos regimes fascistas na Itália, Espanha e Portugal, que provocaram a Segunda Guerra Mundial e paralisaram a produção industrial europeia.

(D) de uma ampla crise do liberalismo, que ganhou contornos mais nítidos após a Primeira Guerra Mundial e desembocou na quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.

(E) do forte crescimento econômico da Alemanha na passagem do século XIX para o XX e da acirrada competição comercial e naval deste país com a Grã-Bretanha e a França.

UNESP (2012)

Bossa nova é ser presidente
desta terra descoberta por Cabral.
Para tanto basta ser tão simplesmente:
simpático, risonho, original.
Depois desfrutar da maravilha
de ser o presidente do Brasil,
voar da Velhacap pra Brasília,
ver Alvorada e voar de volta ao Rio.
Voar, voar, voar.
[...]

(Juca Chaves apud Isabel Lustosa. Histórias de presidentes, 2008.)

A canção Presidente bossa-nova, escrita no final dos anos 1950, brinca com a figura do presidente Juscelino Kubitschek. Ela pode ser interpretada como a

(A) representação de um Brasil moderno, manifestado na construção da nova capital e na busca de novos valores e formas de expressão cultural.

(B) celebração dos novos meios de transporte, pois Kubitschek foi o primeiro presidente do Brasil a utilizar aviões nos seus deslocamentos internos.

(C) rejeição à transferência da capital para o Planalto Central, pois o Rio de Janeiro continuava a ser o centro financeiro do país.

(D) crítica violenta ao populismo que caracterizou a política brasileira durante todo o período republicano.

(E) recusa da atuação política de Kubitschek, que permitia participação popular direta nas principais decisões governamentais.

UNESP (2012)

Nunca se viu uma campanha como esta, em que ambas as partes sustentaram ferozmente as suas aspirações opostas. Vencidos os inimigos, vós lhes ordenáveis que levantassem um viva à República e eles o levantavam à Monarquia e, ato contínuo, atiravam-se às fogueiras que incendiavam a cidade, convencidos de que tinham cumprido o seu dever de fiéis defensores da Monarquia.(Gazeta de Notícias, 28.10.1897 apud Maria de Lourdes Monaco Janotti. Sociedade e política na Primeira República.)

O texto é parte da ordem do dia, 06.10.1897, do general Artur Oscar e trata dos momentos finais de Canudos. Para o militar, o principal motivo da luta dos canudenses era a

(A) restauração monárquica, embora hoje saibamos que a rejeição à República era apenas uma das razões da rebeldia.

(B) valorização dos senhores rurais, ligados ao monarca, cujo poder era ameaçado pelo crescimento e enriquecimento das cidades.

(C) restauração monárquica, que, hoje sabemos, era de fato a única razão da longa resistência dos sertanejos.

(D) valorização do meio rural, embora hoje saibamos que Antônio Conselheiro não apoiava os incêndios provocados por monarquistas nas cidades republicanas.

(E) restauração monárquica, o que fez com que a luta de Antônio Conselheiro recebesse amplo apoio dos monarquistas do sul do Brasil.

UNESP (2012)

A maioridade do príncipe D. Pedro foi antecipada, em 1840, para que ele pudesse assumir o trono brasileiro. Entre os objetivos do chamado Golpe da Maioridade, podemos citar o esforço de

(A) obter o apoio das oligarquias regionais, insatisfeitas com a centralização política ocorrida durante o Período Regencial.

(B) ampliar a autonomia das províncias e reduzir a interferência do poder central nas unidades administrativas.

(C) abolir o Ato Adicional de 1834 e aumentar os efeitos federalistas da Lei Interpretativa do Ato, editada seis anos depois.

(D) promover ampla reforma constitucional de caráter liberal e democrático no país, reagindo ao centralismo da Constituição de 1824.

(E) restabelecer a estabilidade política, comprometida durante o Período Regencial, e conter revoltas de caráter regionalista.

UNESP (2012)

Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece.
[...]
Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo.
(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983.)

O texto apresenta características

(A) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de uma sociedade.

(B) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais.

(C) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os membros de uma sociedade.

(D) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores.

(E) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos do Estado.

UNESP (2012)

Nas primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral, além das precárias guarnições das feitorias [...], apenas alguns náufragos [...] e “lançados” atestavam a soberania do rei de Portugal no litoral americano do Atlântico Sul.(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)
No processo de ocupação portuguesa do atual território do Brasil, as primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral podem ser caracterizadas como um período em que
(A) Portugal não se dedicou regularmente à sua colonização, pois estava voltado prioritariamente para a busca de riquezas no Oriente.

(B) prevaleceram as atividades extrativistas, que tinham por principal foco a busca e a exploração de ouro nas regiões centrais da colônia.

(C) Portugal estabeleceu rotas regulares de comunicação, interessado na imediata exploração agrícola das férteis terras que a colônia oferecia.

(D) prevaleceram as disputas pela colônia com outros países europeus e sucessivos episódios de invasão holandesa e francesa no litoral brasileiro.

(E) Portugal implantou fortificações ao longo do litoral e empenhou-se em estender seus domínios em direção ao sul, chegando até a região do Prata.

UNESP (2012)

Nas primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral, além das precárias guarnições das feitorias [...], apenas alguns náufragos [...] e “lançados” atestavam a soberania do rei de Portugal no litoral americano do Atlântico Sul.(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)
Os lançados citados no texto eram

(A) funcionários que recebiam, da Coroa, a atribuição oficial de gerenciar a exploração comercial do pau-brasil e das especiarias encontradas na colônia portuguesa.

(B) militares portugueses encarregados da proteção armada do litoral brasileiro, para impedir o atracamento de navios de outros países, interessados nas riquezas naturais da colônia.

(C) comerciantes portugueses encarregados do tráfico de escravos, que atuavam no litoral atlântico da África e do Brasil e asseguravam o suprimento de mão de obra para as colônias portuguesas.

(D) donatários das primeiras capitanias hereditárias, que assumiram formalmente a posse das novas terras coloniais na América e implantaram as primeiras lavouras para o cultivo da cana-de-açúcar.

(E) súditos portugueses enviados para o litoral do Brasil ou para a costa da África, geralmente como degredados, que acabaram por se tornar precursores da colonização.

UNESP (2012)

[Na época feudal] o mundo terrestre era visto como palco da luta entre as forças do Bem e as do Mal, hordas de anjos e demônios. Disso decorria um dos traços mentais da época: a belicosidade.(Hilário Franco Junior. O feudalismo, 1986. Adaptado.)

A belicosidade (disposição para a guerra) mencionada expressava-se, por exemplo,
(A) no ingresso de homens de todas as camadas sociais na cavalaria e na sua participação em torneios.

(B) no pacto que reunia senhores e servos e determinava as chamadas relações vassálicas.

(C) na ampla rejeição às Cruzadas e às tentativas cristãs de reconquista de Jerusalém.

(D) no empenho demonstrado nas lutas contra muçulmanos, vikings e diferentes formas de heresias.

(E) na submissão de senhores e vassalos, reis e súditos, ao Islamismo.

UNESP (2012)

A escravatura [na Roma antiga] foi praticada desde os tempos mais remotos dos reis, mas seu desenvolvimento em grande escala foi consequência das guerras de conquista […].(Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.)

Sobre a escravidão na Roma antiga, é correto afirmar que
(A) assemelhava-se à escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois era determinada pela procedência e pela raça.

(B) aumentou significativamente durante a expansão romana pelo Mar Mediterrâneo.

(C) atingiu o auge com a ocupação romana da Germânia e de territórios na Europa Central.

(D) diminuiu bastante após a implantação do Império e foi abolida pelos imperadores cristãos.

(E) diferenciava-se da escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois os escravos romanos nunca podiam se tornar livres.

UNESP (2012)

As feiras foram muito difundidas pela Europa a partir do século XI. Entre os motivos que provocaram tal fenômeno, podemos citar

(A) a unificação da moeda europeia, que facilitou a atividade dos banqueiros e a aquisição de mercadorias.

(B) o aumento da produção agrícola, provocado pelos desmatamentos, que ampliavam a quantidade de terras cultiváveis.

(C) a eliminação das práticas feudais, que prendiam os camponeses à terra e reduziam a monetarização da economia.

(D) o crescimento urbano, provocado pelas doenças e epidemias que grassavam nas áreas rurais e provocavam êxodo em direção às cidades.

(E) a regionalização das economias, que limitou significativamente a obtenção de mercadorias provenientes de terras distantes.

9 de agosto de 2012

UNESP (2012)

De certo modo, a primeira fonte de ruptura com o antropocentrismo se encontra na teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, a assim chamada revolução copernicana. A segunda grande ruptura é provocada pelo que se poderia chamar, em analogia com a primeira, de revolução darwiniana, resultado da obra de Charles Darwin, A origem das espécies pela seleção natural, onde este formula sua famosa teoria da evolução das espécies.(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2001. Adaptado.)

A partir do texto, explique o significado do termo “antropocentrismo” e descreva por que as obras de Copérnico e de Darwin são apresentadas como momentos de ruptura com essa centralidade.

UNESP (2012)

As freiras da Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família, de Cascavel (PR) e, em particular, a Irmã Kelly Favareto, poderão aparecer com os véus que cobrem cotidianamente suas cabeças na foto da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A decisão é da Justiça Federal, que aceitou recurso da Irmã contra a Resolução do Conselho Nacional de Trânsito que proíbe, por razões de segurança, que na foto da CNH o condutor apareça usando óculos, bonés, gorros, chapéus ou qualquer outro item que cubra parte do rosto ou cabeça, dificultando sua identificação. “Eu só ando de véu, que é um sinal de consagração a Deus, não é um acessório que posso tirar quando quiser”, alegou a Irmã.(Evandro Fadel. Freira ganha direito de usar hábito na foto da CNH. O Estado de S.Paulo, 10.02.2012. Adaptado.)

Comente o significado filosófico do fato noticiado, abordando a relação entre indivíduo e Estado, e explique a relação entre esse fato e o movimento filosófico iluminista do século XVIII.

UNESP (2012)

Vigora entre educadores e intelectuais brasileiros uma correta e justificável ojeriza às ditaduras de direita. Infelizmente, o mesmo  vigor não é encontrado quando se trata de ditaduras de esquerda. As notícias de perseguições, prisões, greves de fome, fuzilamentos e fugas envolvendo opositores às duras ditaduras esquerdistas são ignoradas. Quando fica impossível deixar de falar a respeito, são comuns alegações de que há exagero da imprensa ou, pior, sugestões de que os dissidentes são egoístas que, em nome do individualismo, ameaçam um regime que deveria servir de exemplo. São as velhas táticas de questionar a liberdade de imprensa quando as notícias são desfavoráveis e de desmerecer o opositor, em vez de enfrentar as opiniões contrárias com argumentos.(Janaína Conceição Paschoal. Cuba é uma grande Guantánamo. Folha de S.Paulo, 14.02.2012.)

O texto descreve um conflito de natureza ideológica. Apresente uma definição que seja adequada para o conceito de “ideologia”, tal como ele é empregado pela autora, e comente uma diferença básica entre uma “ideologia de direita” e uma “ideologia de esquerda”.

UNESP (2012)

Texto 1
2012 começa sob a vibração positiva de uma Lua crescente em Áries logo no dia 1.º. Áries é o signo que tem tudo a ver com o início de algo e traz muita garra, coragem e esperança. Ainda na primeira semana, Mercúrio, das comunicações, forma um aspecto harmonioso com Saturno e Netuno, evidenciando um momento de descobertas, diálogo e de primeiros passos coletivos na consolidação de um sonho ou projeto comum, de muitos povos e sociedades. Acordos internacionais e negociações de paz podem ser feitos em um momento feliz e que promete bom desenvolvimento.(Barbara Abramo. Céu de janeiro de 2012. http://horoscopo.uol.com.br, 01.01.2012.)

Texto 2
O Irã lançou ontem mísseis de cruzeiro melhorados, que podem ameaçar navios americanos, durante um exercício naval que simula o fechamento do estreito de Hormuz – por onde passa cerca de um sexto da produção de petróleo mundial. O míssil Ghader (capaz, em farsi) foi desenvolvido com o objetivo de atacar navios de guerra e proteger o litoral do país. Duas unidades foram disparadas ontem da costa iraniana em um teste.(Irã testa míssil que ameaça frota dos EUA. Folha de S.Paulo, 03.01.2012.)

Os dois textos, publicados no início de 2012, apresentam incompatibilidade lógica entre as formas pelas quais abordam a realidade.
Responda quais são os pressupostos ou pontos de vista assumidos por cada um deles e explique os motivos dessa incompatibilidade.

UNESP (2012)

Em fevereiro de 2012, uma operação naval britânica no Atlântico Sul gerou tensões diplomáticas entre Argentina e Reino Unido. O episódio ocorreu às vésperas do trigésimo aniversário do início da Guerra das Malvinas.

Identifique dois motivos que provocaram tal guerra e a relacione com o regime militar que então controlava a Argentina.

UNESP (2012)

(Augusto Bandeira apud Rodrigo Patto Sá Motta. Jango e o golpe de 1964 na caricatura, 2006.)

Analise a charge, publicada originalmente em 17.05.1963, e identifique como ela representa as dificuldades enfrentadas pelo governo João Goulart em seu projeto de reformas sociais.

UNESP (2012)

“A questão social é um caso de polícia” — esta frase, atribuída a Washington Luís, presidente da República de 1926 até a sua deposição em 1930, é geralmente apontada como o sintoma de como as questões relativas ao trabalho (a “questão social”) eram descuidadas pelo Estado durante o período da chamada República Velha (1889-1930). E, de fato, a questão social era um caso de polícia."(Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil, 1981.)

Explique a frase final do texto, exemplificando-a, e indique a principal alteração que ocorreu no tratamento da questão social pelo Estado, após 1930.

UNESP (2012)

[...] tudo que os renascentistas pretendiam era assumir a condição humana até seus limites, até as últimas consequências. Nem Deus e nem o demônio; todo o desafio consistia em ser absolutamente, radicalmente humano, apenas humano.(Nicolau Sevcenko. O Renascimento, 1985.)

Explique a caracterização que o texto faz do Renascimento e dê exemplo de uma obra artística em que tal intenção se manifeste.