12 de novembro de 2012

UNICAMP (2013) - 1a. Fase

"Alexander von Humboldt (1769-1859) foi um cientista que analisou o processo das descobertas marítimas do século XVI, classificando-o como um avanço científico ímpar. A descoberta do Novo Mundo foi marcante porque os trabalhos realizados para conhecer sua geografia tiveram incontestável influência no aperfeiçoamento dos mapas e nos métodos astronômicos para determinar a posição dos lugares.
Humboldt constatou a importância das viagens imputando-lhes valor científico e histórico."(Adaptado de H. B. Domingues, “Viagens científicas: descobrimento e colonização no Brasil no século XIX”, em Alda Heizer e Antonio A. Passos Videira, Ciência, Civilização e Império nos trópicos. Rio de Janeiro: Acess Editora, 2001, p. 59.)
Assinale a alternativa correta.

a) O tema dos descobrimentos relaciona-se ao estudo da inferioridade da natureza americana, que justificava a exploração colonial e o trabalho compulsório.

b) Humboldt retoma o marco histórico dos descobrimentos e das viagens marítimas e reconhece suas contribuições para a expansão do conhecimento científico.

c) Os conhecimentos anteriores às proposições de Galileu foram preservados nos mapas, métodos astronômicos e conhecimentos geográficos do mundo resultantes dos descobrimentos.

d) Os descobrimentos tiveram grande repercussão no mundo contemporâneo por estabelecer os parâmetros religiosos e sociais com os quais se explica o processo da independência nas Américas.

UNICAMP (2013) - 1a. Fase

A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na
afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que
afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância.
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois

a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos.

b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.

c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos.

d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas.

10 de agosto de 2012

UNESP (2012)

Entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970, a economia brasileira obteve altos índices de crescimento. O fenômeno se tornou conhecido como milagre econômico e derivou da aplicação de uma política que provocou, entre outros efeitos,

(A) êxodo rural e incremento no setor ferroviário.

(B) crescimento imediato dos níveis salariais e das taxas de inflação.

(C) aumento do endividamento externo e da concentração de renda.

(D) estatização do aparato industrial e do setor energético.

(E) crise energética e novos investimentos em pesquisas tecnológicas.

UNESP (2012)


A história dos vinte anos após 1973 é a de um mundo que perdeu suas referências e resvalou para a instabilidade e a crise. Só no início da década de 1990 encontramos o reconhecimento de que os problemas econômicos eram de fato piores que os da década de 1930. Em muitos aspectos, isso era intrigante. Por que deveria a economia mundial ter-se tornado menos estável?(Eric Hobsbawm. Era dos extremos, 1995. Adaptado.)


A instabilidade econômica mundial nos anos 1970-1990, citada no texto, derivou, entre outros fatores,
(A) da queda da produção industrial nos países capitalistas ricos do Ocidente, que determinou o fim da hegemonia financeira e do controle do mercado internacional pelos Estados Unidos e pela Alemanha.

(B) do fim dos impérios coloniais britânico e francês, da intensificação da corrida armamentista e da expansão dos conflitos étnicos e religiosos no Oriente Médio e no sul asiático.

(C) da onda de protestos sociais e reivindicações trabalhistas do início da década de 1980 no Leste Europeu, da ação militar norte-americana no Vietnã e da ininterrupta ascensão da economia japonesa.

(D) do crescimento econômico da China e dos chamados Tigres Asiáticos, que rompeu o equilíbrio econômico internacional e determinou o acelerado declínio da hegemonia norte-americana.

(E) da crise do petróleo no princípio da década de 1970, do aumento da desigualdade social nos países capitalistas ricos e da gradativa desintegração da economia da União Soviética.

UNESP (2012)

A história dos vinte anos após 1973 é a de um mundo que perdeu suas referências e resvalou para a instabilidade e a crise. Só no início da década de 1990 encontramos o reconhecimento de que os problemas econômicos eram de fato piores que os da década de 1930. Em muitos aspectos, isso era intrigante. Por que deveria a economia mundial ter-se tornado menos estável?(Eric Hobsbawm. Era dos extremos, 1995. Adaptado.)

Os problemas econômicos da década de 1930, citados no texto, derivaram, entre outros fatores,

(A) dos fortes movimentos sociais e mobilizações revolucionárias na América Latina, em especial no México, que impediram a exportação de produtos industrializados norte-americanos para a região.

(B) do conjunto de reformas financeiras e sociais realizadas na União Soviética após a Revolução de 1917, que fechou os mercados do bloco socialista aos países capitalistas do Ocidente.

(C) da ascensão do nazismo alemão e dos regimes fascistas na Itália, Espanha e Portugal, que provocaram a Segunda Guerra Mundial e paralisaram a produção industrial europeia.

(D) de uma ampla crise do liberalismo, que ganhou contornos mais nítidos após a Primeira Guerra Mundial e desembocou na quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.

(E) do forte crescimento econômico da Alemanha na passagem do século XIX para o XX e da acirrada competição comercial e naval deste país com a Grã-Bretanha e a França.

UNESP (2012)

Bossa nova é ser presidente
desta terra descoberta por Cabral.
Para tanto basta ser tão simplesmente:
simpático, risonho, original.
Depois desfrutar da maravilha
de ser o presidente do Brasil,
voar da Velhacap pra Brasília,
ver Alvorada e voar de volta ao Rio.
Voar, voar, voar.
[...]

(Juca Chaves apud Isabel Lustosa. Histórias de presidentes, 2008.)

A canção Presidente bossa-nova, escrita no final dos anos 1950, brinca com a figura do presidente Juscelino Kubitschek. Ela pode ser interpretada como a

(A) representação de um Brasil moderno, manifestado na construção da nova capital e na busca de novos valores e formas de expressão cultural.

(B) celebração dos novos meios de transporte, pois Kubitschek foi o primeiro presidente do Brasil a utilizar aviões nos seus deslocamentos internos.

(C) rejeição à transferência da capital para o Planalto Central, pois o Rio de Janeiro continuava a ser o centro financeiro do país.

(D) crítica violenta ao populismo que caracterizou a política brasileira durante todo o período republicano.

(E) recusa da atuação política de Kubitschek, que permitia participação popular direta nas principais decisões governamentais.

UNESP (2012)

Nunca se viu uma campanha como esta, em que ambas as partes sustentaram ferozmente as suas aspirações opostas. Vencidos os inimigos, vós lhes ordenáveis que levantassem um viva à República e eles o levantavam à Monarquia e, ato contínuo, atiravam-se às fogueiras que incendiavam a cidade, convencidos de que tinham cumprido o seu dever de fiéis defensores da Monarquia.(Gazeta de Notícias, 28.10.1897 apud Maria de Lourdes Monaco Janotti. Sociedade e política na Primeira República.)

O texto é parte da ordem do dia, 06.10.1897, do general Artur Oscar e trata dos momentos finais de Canudos. Para o militar, o principal motivo da luta dos canudenses era a

(A) restauração monárquica, embora hoje saibamos que a rejeição à República era apenas uma das razões da rebeldia.

(B) valorização dos senhores rurais, ligados ao monarca, cujo poder era ameaçado pelo crescimento e enriquecimento das cidades.

(C) restauração monárquica, que, hoje sabemos, era de fato a única razão da longa resistência dos sertanejos.

(D) valorização do meio rural, embora hoje saibamos que Antônio Conselheiro não apoiava os incêndios provocados por monarquistas nas cidades republicanas.

(E) restauração monárquica, o que fez com que a luta de Antônio Conselheiro recebesse amplo apoio dos monarquistas do sul do Brasil.

UNESP (2012)

A maioridade do príncipe D. Pedro foi antecipada, em 1840, para que ele pudesse assumir o trono brasileiro. Entre os objetivos do chamado Golpe da Maioridade, podemos citar o esforço de

(A) obter o apoio das oligarquias regionais, insatisfeitas com a centralização política ocorrida durante o Período Regencial.

(B) ampliar a autonomia das províncias e reduzir a interferência do poder central nas unidades administrativas.

(C) abolir o Ato Adicional de 1834 e aumentar os efeitos federalistas da Lei Interpretativa do Ato, editada seis anos depois.

(D) promover ampla reforma constitucional de caráter liberal e democrático no país, reagindo ao centralismo da Constituição de 1824.

(E) restabelecer a estabilidade política, comprometida durante o Período Regencial, e conter revoltas de caráter regionalista.

UNESP (2012)

Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece.
[...]
Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo.
(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983.)

O texto apresenta características

(A) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de uma sociedade.

(B) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais.

(C) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os membros de uma sociedade.

(D) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores.

(E) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos do Estado.

UNESP (2012)

Nas primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral, além das precárias guarnições das feitorias [...], apenas alguns náufragos [...] e “lançados” atestavam a soberania do rei de Portugal no litoral americano do Atlântico Sul.(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)
No processo de ocupação portuguesa do atual território do Brasil, as primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral podem ser caracterizadas como um período em que
(A) Portugal não se dedicou regularmente à sua colonização, pois estava voltado prioritariamente para a busca de riquezas no Oriente.

(B) prevaleceram as atividades extrativistas, que tinham por principal foco a busca e a exploração de ouro nas regiões centrais da colônia.

(C) Portugal estabeleceu rotas regulares de comunicação, interessado na imediata exploração agrícola das férteis terras que a colônia oferecia.

(D) prevaleceram as disputas pela colônia com outros países europeus e sucessivos episódios de invasão holandesa e francesa no litoral brasileiro.

(E) Portugal implantou fortificações ao longo do litoral e empenhou-se em estender seus domínios em direção ao sul, chegando até a região do Prata.